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Resultado da perícia complementar relacionada ao grave acidente foi apresentado nesta sexta-feira (18) | Foto: Ascom Polícia Científica |
As Polícias Científica e Civil de Alagoas divulgaram, nesta sexta-feira (18/7), o resultado da perícia complementar sobre o acidente ocorrido na Serra da Barriga, em União dos Palmares, que deixou 20 mortos e dezenas de feridos. O laudo técnico, elaborado pelos peritos criminais Marcelo Velez e Nivaldo Cantuária, concluiu que não houve falha mecânica no ônibus envolvido no acidente.
O trabalho pericial teve início no próprio dia da tragédia, em 24 de novembro de 2024, e enfrentou grandes desafios devido à quantidade de vítimas e ao difícil acesso ao local do acidente. A remoção do veículo foi considerada extremamente complexa, exigindo o seccionamento do ônibus em duas partes para possibilitar o içamento até uma área segura. A análise detalhada das peças foi realizada posteriormente no Pátio de Custódia da Polícia Civil, em Rio Largo.
“Fizemos toda desmontagem e avaliação das peças e não encontramos nada que tivesse fora do normal. Os seis pneus eram novos e estavam perfeitos. A parte do sistema de freio, dos tambores e de engrenagem de transmissão também foram analisados e verificamos que não havia nada fora do normal, colocaborando então com a finalização da perícia, verificando que não havia nenhum defeito mecânico no ônibus”, afirmou o perito Nivaldo Cantuária.
Marcelo Velez reforçou que, com a exclusão de falhas mecânicas e de causas ambientais, a investigação aponta para erro humano. “Como não foi constatada nenhuma folga, nenhum quebramento, nenhuma inadequação dos sistemas, então, resta apenas afirmar que o fato aconteceu por imperícia ou por motivação pessoal do condutor”, disse.
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Resultado da perícia complementar relacionada ao grave acidente foi apresentado nesta sexta-feira (18) | Foto: Ascom Polícia Científica |
Investigação policial
O delegado Guilherme Iusten, responsável pelo inquérito policial, explicou que, diante dos resultados das perícias e dos depoimentos de testemunhas e sobreviventes, a linha de investigação se concentra em um possível erro de condução, caracterizando homicídio culposo.
“Agora, a responsabilidade criminal recairia sobre o motorista, mas como ele veio a falecer não tem mais a quem se responsabilizar, o processo criminal fica extinto e remanesce para as vítimas agora ingressarem em juízo para conseguir algum tipo de indenização por danos materiais ou morais dos entes que faleceram, como também dessas pessoas que sobreviveram”, destacou Iusten.
Trabalho integrado
A perita-geral Rosana Coutinho destacou a integração e os esforços coletivos das instituições das forças de segurança no caso. Ela agradeceu a mobilização e a participação de todos os envolvidos na ocorrência, desde do dia da tragédia, da retirada do ônibus, finalizando agora com a pericia final.
No dia do acidente, equipes da Polícias Científica dos cinco Institutos, Polícias Civil, Militar, e do Corpo de Bombeiros atuaram na Serra da Barriga. Houve uma força-tarefa no IML de Maceió, formada por peritos médicos legistas, peritos odontolegistas, técnicos forenses e papiloscopistas, que possibilitatam a identificação e liberação dos corpos, após os exames de necropsia.
“Eu quero agradecer a participação de todos os envolvidos, principalmente aos policiais científicos que atuaram diretamente na ocorrência. Agradeço também a participação do DRE e Corpo de Bombeiros que auxiliaram na remoção do ônibus. Quero parabenizar o resultado do trabalho pericial, essencial para trazer a verdade dos fatos”, declarou a perita-geral.
*Com informações da Assessoria