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Hospital Geral do Estado (HGE), em Maceió | Foto: Thallysson Alves/Ascom HGE |
O Hospital Geral do Estado (HGE), em Maceió, que é referência no atendimento a vítimas de trauma em Alagoas, contabilizou 2.762 atendimentos a vítimas de acidentes de trânsito apenas nos primeiros seis meses de 2025. O número é superior ao registrado no mesmo período do ano passado, quando 2.612 pessoas foram atendidas, configurando um aumento de 5,7%.
A elevação, apesar de não parecer tão expressiva, acende um alerta para a importância da prudência e responsabilidade no trânsito. Os dados incluem diferentes tipos de ocorrência nas vias urbanas e rodoviárias do estado.
Segundo os registros da unidade hospitalar, dos 2.762 casos atendidos neste ano, foram:
- 1.241 colisões
- 1.120 acidentes com motociclistas
- 187 atropelamentos
- 154 acidentes com ciclistas
- 60 capotamentos
No mesmo período de 2024, esses números foram respectivamente: 1.174, 1.005, 227, 140 e 66. Em todo o ano de 2024, o HGE contabilizou 5.524 atendimentos relacionados ao trânsito, enquanto em 2023 foram 5.435.
O médico ortopedista Delane Eduardo, que atua no HGE, reforça que as ocorrências não são apenas números, mas reflexo direto da falta de cuidado de motoristas, motociclistas e até do poder público.
“Vale lembrar que todos os casos são consequências da falha humana. Do motorista quando se distrai na direção, excede o limite de velocidade, ignora a sinalização, esquece de ligar a seta, realizar ultrapassagens perigosas, dirige com sono, ou muito cansado, e consome bebidas alcoólicas ou drogas. No caso do proprietário do veículo, quando não mantém a manutenção em dia; e do administrador da via, quando não elimina buracos e sinaliza locais de perigo, por exemplo”, explicou o médico.
Delane também destacou que fatores climáticos, como chuva e neblina, agravam os riscos e dificultam o controle do veículo.
Caso real: imprudência e sequelas
O comerciante Pedro Henrique Ribeira, de 36 anos, foi uma das vítimas contabilizadas nas estatísticas deste semestre. Ele se envolveu em um acidente no município de Atalaia, onde mora, após ser atingido por uma moto em alta velocidade logo após a saída de um posto de combustíveis.
“Eu desmaiei. Quando acordei, eu me vi todo quebrado, já sendo atendido pelo Samu. Fui colocado na ambulância e trazido aqui para o HGE. O atendimento foi muito bom. O médico que me operou foi espetacular! O ortopedista Delane é diferenciado. Agora é seguir com as orientações, fazer fisioterapia em casa e resolver as burocracias”, relatou Pedro, que sofreu fraturas na clavícula e tíbia distal, ambas do lado direito.
Consequências além do físico
Para o médico Delane Eduardo, os danos provocados pelos acidentes de trânsito vão além do trauma físico imediato. Ele lembra que a saúde pública também sofre impacto com os altos custos de internação, cirurgias e reabilitação, e alerta para as sequelas mentais e emocionais.
“Os acidentes de trânsito representam um risco significativo à saúde pública, pois podem causar mortes, lesões e impactos psicológicos. É que além das consequências físicas imediatas, como traumas e fraturas, o susto pode se converter em problemas de saúde mental, como ansiedade e depressão, e sequelas físicas permanentes que geram mais custos ao sistema de saúde e previdenciário”, destacou o médico.